Fotografias de Tiago Miranda, textos de Raquel Moleiro.

A exposição "O dia em que a terra se fez mar" retrata uma das maiores catástrofes que Moçambique sofreu nos últimos anos. A tempestade Idai destruiu, massivamente, toda a região da Beira, levando consigo centenas de vidas e um número incalculável de recursos, numa terra onde todos os bens são escassos.

A exposição pode ser vista até 22 de Novembro, no Rossio e Museu Almeida Moreira. É com muito orgulho que em 2020 o Cine Clube se junta a esta iniciativa, apresentando a exposição em Viseu e associando-se à reedição do livro.

O Cine Clube de Viseu e a ACERT uniram esforços e o resultado é uma nova edição do livro O dia em que a terra se fez mar, onde as fotografias de Tiago Miranda e os textos de Raquel Moleiro nos colocam frente a frente com a passagem do ciclone Idai pela Beira, Moçambique, em 2019.

✺ Exposição patente no Museu Almeida Moreira e Rossio, de 10 Outubro a 22 Novembro
✺ Horário do museu Quarta a Domingo: 10h - 13h, 14h - 18h | Terça: 14h - 18h
✺ Entrada livre

Assistir ao retrocesso de um povo em cada escola destruída, ao estremecer da Fé nos templos caídos. Ver a cólera a avançar nos charcos estagnados e acreditar em milagres a cada nascimento sem condições mínimas. Imaginar a fome a ceifar vidas nos milhares de hectares de searas de milho afogadas – “não vai dar, não vai dar”. Fazer o caminho até à martirizada aldeia de Búzi, entrar numa povoação pintada a lama, numa catástrofe conservada em sépia. E fotografar tudo, para que se saiba que não foi só um pesadelo de que se acorda ao amanhecer.
Em cada imagem vê-se o olhar de quem olhou o mal nos olhos. Em cada imagem vê-se que quem não tem nada pode, ainda assim, perder quase tudo. E ainda assim, levantar-se. E seguir.
Este pequeno livro é inversamente proporcional à tragédia do Idai.

Raquel Moleiro

Tiago Miranda e Raquel Moleiro conversam sobre a exposição O DIA EM QUE A TERRA SE FEZ MAR.